imagem: rupturavizela.blogs.sapo.pt/2008/01/
Neste primeiro Post deste Blog, vou abordar uma temática muito falada nos dias de hoje no meio educacional: o processo de ensino e de aprendizagem por competências. Desde logo, várias perguntas se afiguram para compreender esta temática: O que significa competências na educação? O que é ensinar e aprender por competências? Como se ensina e se aprende por competências? Para quê ensinar por competências? Qual é a diferença entre a metodologia por competências e a tradicional? Porque é que só actualmente se fala tanto da metodologia por competências? Porque é que todos países, pelo menos os mais desenvolvidos, estão todos adoptando a metodologia por competências? Como se faz esta mudança da metodologia tradicional para a metodologia de desenvolvimento de competências.
Todas estas perguntas são pertinentes e vou, ao longo do desenvolvimento deste Blog, tentar responder a cada uma delas e outras que certamente aparecerão. Mas, para este primeiro Post, a pergunta que agora me parece mais interessante deslindar é esta: Qual é a necessidade que hoje temos de utilizar a metodologia de desenvolvimento de competências?
Do ponto de vista educacional, não há nenhuma novidade nisto. Esta necessidade continua sendo a mesma desde a criação da primeira escola. Que é a necessidade de instruirmo-nos para de forma sábia e responsável (competente) podermos questionar o mundo, compreendê-lo, e adaptá-lo às nossas necessidades humanas, e tornar nosso mundinho numa casa mais confortável de se viver em harmonia. Por outras palavras, é a necessidade de termos capacidades para de forma sábia e responsável podermos conviver em sociedade e podermos contribuir para o “sucesso pessoal” e para o “ sucesso global”.
O problema é que as escolas não têm sabido focar neste seu objectivo primordial, que é o de desenvolver um conjunto de competências nas pessoas para que possam de forma mais eficaz contribuir para esse tal sucesso pessoal e social, e têm utilizado umas “fórmulas de ensino” que não têm sido as mais apropriadas. Você deve estar a perguntar agora… mas porque é que as escolas não têm sabido focar neste objectivo? Obviamente que a evolução dos processos de ensino e de aprendizagem devem ser compreendidos no âmbito do próprio processo de desenvolvimento das teorias da aprendizagem, mas também do desenvolvimento das sociedades, do desenvolvimento da humanidade. Você também deve estar a perguntar como é que as escolas não têm sido eficazes se temos tido tanta gente inteligente e tanto progresso, e até já fomos à lua, etc, etc. É verdade, tem razão. Repara que seria uma veleidade dizer que até hoje as escolas não têm servido para nada. De resto, tudo o que atrás já foi dito é verdade. Mas também poderia responder que muito desse progresso e desse saber que já alcançamos não tem sido utilizado da melhor forma… tem havido muitas guerras, continua havendo muito intolerância e incompreensão das diferenças dos outros, continua havendo muita destruição da natureza, etc.
Hoje, no estadio da nossa maturação humana em que nos encontramos, estamos mais conscientes da forma como devemos nos relacionar uns com os outros, dos valores individuais e sociais que precisamos cultivar, e da forma como devemos tirar o progresso da natureza mas evitando destruí-la, para não pormos em causa a nossa sobrevivência.
Portanto, o alvoroço todo de hoje em dia… esta urgência toda em utilizar a metodologia de desenvolvimento de competências na educação é porque pensamos estar agora em condições de focarmo-nos no objectivo primordial. Pensamos ter agora encontrado a “fórmula certa” para responder a esta necessidade de formatar cidadãos competentes capazes de não só contribuir para melhorar as suas condições de vida mas também de contribuir para um mundo melhor.
Concluindo, a pertinência da utilização da metodologia por competências nas escolas tem a ver sim com o evolução das teorias de aprendizagem, da afirmação dos paradigmas construtivistas, mas também tem a ver com a necessidade da educação escolar acompanhar a evolução da sociedade e dar respostas aos desafios actuais.
No próximo Post exploraremos então essa perspectiva de analisar a utilização da metodologia por competências como uma resposta da educação às mudanças sócias, aos os desafios actuais
Nota: a expressão “fórmula certa” é utilizada mais como uma metáfora uma vez que na sala de aula aparecem situações em que a melhor solução é utilizar o modelo objectivista ou mesmo formas combinadas de ensino e aprendizagem. O certo é que, como dizem os especialistas, devemos cada vez mais incorporar nos nosso processo de ensino e aprendizagem os princípios activos construtivistas voltadas para o desenvolvimento de competências.
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