domingo, 9 de agosto de 2009

Os Quatro Pilares da Educação para o Século XXI – UNESCO

A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura, UNESCO, reuniu alguns dos maiores pensadores do mundo na Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors, que produziu o relatório "Educação: um tesouro a descobrir" (Delors et al., 1996).

A Comissão destacou quatro pilares que são as bases da educação ao longo de toda a vida e que servem de orientação para as instituições de ensino implementarem uma metodologia inovadora baseada no desenvolvimento de competências que privilegia um desenvolvimento integral da pessoa capacitando-a para actuar de forma responsável e eficaz na sociedade.

Jacques Delors, num resumo comentado que fez deste relatório, diz que a Comissão entendeu desde o início que era essencial mudar a ideia que se tem actualmente da educação para uma nova concepção ampliada de educação que “devia fazer com que todos pudessem descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo – revelar o tesouro escondido em cada um de nós”.

Isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental da educação, considerada como a via obrigatória para obter certos resultados (saber fazer, aquisição de capacidades diversas, fins de ordem económica), e se passe a considerá-la em toda sua plenitude: realização da pessoa que, na sua totalidade, aprende a ser.

Delors diz que já não é possível nem adequada uma educação puramente quantitativa com uma bagagem escolar cada vez mais pesada. E que não basta uma acumulação no início da vida de uma quantidade de conhecimentos, mas antes é “necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de actualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo de mudanças”.

A Comissão chefiada por Delors identificou, então, quatro aprendizagens fundamentais, que podemos chamar também de quatro competências, em torno das quais a educação deve organizar-se para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, e para que cada indivíduo possa ter uma bagagem que lhe sirva ao longo da vida para o seu sucesso e para o sucesso da sociedade. Esses “pilares” são: “aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as actividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes”.

Sobre essas quatro aprendizagens fundamentais, a Comissão escreve que aprender para conhecer supõe aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento. Enquanto que para aprender a fazer é necessário combinar a qualificação técnica de realizar uma tarefa com o comportamento social, a aptidão para o trabalho em equipa, a capacidade de iniciativa e o gosto pelo risco. Sobre aprender a viver com os outros, a comissão entende que é um dos maiores desafios da educação devido à violência que impera no mundo, principalmente visível no potencial de autodestruição criado pela humanidade no decorrer do século XX. Assim a Comissão propõe duas estratégias para, através da educação, criar nas pessoas o espírito de tolerância, cooperação e de não-violência: a descoberta progressiva do outro e a participação em projectos comuns. Aprender a ser, segundo a Comissão, supõe o desenvolvimento total da pessoa que deve ser preparada principalmente para elaborar pensamentos autónomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesma, como agir nas diferentes circunstâncias da vida.

5 comentários:

  1. Parabéns caro amigo, muito bom esse post, parabéns ... Concerteza esses quatro pilares são para mim a base da vida, tem muita coisa envolvida nesses pilares, como respeito mútuo, amor pelo próximo e tolerância para aceitas as diferenças alheias. Novamente parabéns pelo post caro amigo. Abc ...

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  2. Coloquemos um 5º pilar: "Apreder a Criticar" - gerar crise e perguntar o por quê de tudo isso, caso não, o educando pode virar um mero servidor da ideologia hegemônica vigente.

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  3. Opa, blz João Batista?? Certamente vc não verá essa minha resposta, mas apenas comentando referente a sua colocação da adição de um 5º pilar: "aprender a criticar"...
    Bom, se vc ler o texto do Jacques Delors, verá que é desnecessária essa inclusão, pois o senso crítico seria uma conseqüência da aplicação desses pilares, está incutido neles. Lendo na íntegra, perceberá que: "aprender a conhecer" e "aprender a fazer" - trazem o embasamento p o senso crítico; "aprender a conviver..." - traz a formação da crítica, a pessoa como ser pensante e crítico em relação ao meio; e "aprender a ser" - extravazamento da crítica.
    Enfim, é isso... meu pensamento após leitura e estudo do texto.

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  4. Com certeza todos os quatros pilares são de suma importância para a formação dos sujeitos, somente para elencar para o João Batista que o 5º pilar por ele incluído não se faz necessário por quer, quando do sujeito aprende a conhecer ele já está aprendendo a ser critico e reflexivo.
    Boa sorte a todos.

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  5. Que assim seja!!!
    Fazemos parte desta geração globalizada.
    E sim os pilares são fundamentais na construção da educação processual de uma pessoa.






























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